Destaques Últimas Notícias

EMBAIXADA CARPINENSE / MERCADO PÚBLICO DO CARPINA

Bem… Falar do Mercado Público do Carpina, é lembrar que estamos avaliando um ícone histórico em nossa cidade. Seu tombamento existe através da Lei Municipal 1.662/2017 promulgada em 05/10/2017 – Autor do projeto o então vereador Antônio Resende -, dessa maneira está livre de ações vandálica de qualquer natureza, inclusive da municipalidade em sua destruição.  Nota-se que se trata de um admirável prédio edificado em 1917, portanto com mais de cem anos de existência. Sua elegância é notada por todos. Foi construído ainda quando Carpina era a vila Floresta dos Leões – Pertencia a vila a dois municípios Paudalho e Nazaré da Mata -. O referido prédio foi erigido no lado do município de Paudalho e inaugurado pelo prefeito de então Dr. Pedro da Alcantara da Silva Coutinho, prefeito de Paudalho (1913/1919). Com a inauguração do referido, logo aquele logradouro transformou-se em um local muito movimentado, atraindo muitos comerciantes os quais estabeleceram-se com seus comércios e a via tomou logo o nome de Rua do Comercio. Popularmente continua até hoje o nome apesar de ter um nome oficial dado pela municipalidade de Rua Herculano Bandeira – homenagem a um grande nazareno, o qual foi governador do Estado de Pernambuco.  O Mercado Público sempre foi uma referência para as gerações e mais gerações carpinenses. É importante dizer que a referida edificação possui um complexo de cinco prédios conjugados, tendo a nave maior no centro como principal. Poderemos até distribuir como era antigamente. Tomando a frente do prédio principal como referência, a esquerda visualiza-se dois prédios: Ocupava-se o primeiro com as vísceras dos animais abatidos, crustáceos e peixes, no segundo as tarimbas* das carnes de suínos e caprinos (Porco e Bode). Já no lado direito, a ocupação dos dois prédios era de cereais e farinha, goma e massa de mandioca – a área da farinha de mandioca e seus derivados, era grande pois ali era expostos produtos de algumas cidades circunvizinha como Lagoa de Itaenga, Feira Nova, Gloria do Goitá e que eram cidades ícones do produto. Claro que a nave principal era ocupada totalmente pelas carnes bovinas – a grande atração da região -, nessa época o Matadouro Público Municipal (prédio derrubado pelas inconsequências de gestores do município) trabalhava a todo vapor. 

Os efeitos da modernidade tornaram hoje em dia o mercado um pouco obsoleto, por exemplo o forte da comercialização era as carnes frescas ou verdes como dizia-se na época. Bovinos, Suínos, Caprinos e suas “vísceras dos animais abatidos”, eram o chamativo, vinham muitos turista e pessoas de outros municípios para adquirir o produto. Coisa que deixaram a população atual com receio de compras, é natural visto que atualmente existem Frigoríficos e Açougues completamente preparados, higienizados nos padrões exigidos pelas autoridades sanitárias. Infelizmente nosso turismo está claudicante e hibernando, poderia aproveitar a beleza e a antiguidade do prédio e torna-lo vivo. Muitas cidades circunvizinhas da Mata Norte/Sul, Agreste e Sertão transformaram seus antigos centros comerciais (Mercados) em atrações para o turismo. 

Será urgentemente necessária uma requalificação pela municipalidade – isso deveria constar dentro dos programas de governo dos atuais candidatos a prefeitos -, afim de qualificar nos padrões exigentes da atualidade. Outro ponto é a manutenção constante desse prédio centenário.

Seguindo esse tema, foi publicado a pouco tempo por nosso membro e coordenador da Embaixada Carpinense um artigo, pelo qual transcrevo abaixo, onde ele em sua linguagem singular transmite a todos nós, uma parte daqueles momentos vividos por pessoas que conviveram entre si.       

ABAIXO TRANSCREVEMOS ARTIGO DO PAULO MELO publicado em nosso fórum em 05/10/2020

– Na ocasião da publicação, obtivemos quase 1.000 visualizações dentro de nosso fórum.

 “Sábado 03 de outubro de 2020, as 10:00 hrs da manhã, dia de feira livre. Ao passar pela Rua Herculano Bandeira, parei na frente do Mercado Público e vi o ano de sua inauguração. 1917. Então lembrei do tempo em que todas as famílias se abasteciam de carnes vendidas naquele Mercado. Cada família tinha seu marchante* preferido. O meu pai comprava a Quinca de mina, depois passou para Manezinho e depois Lula do boi. Também Lembro do Sr. Aurino, Sr. Deda, Lula e Nido de Belita, os bodeiros, dona Odete, fatieira*, os irmãos Elias e Zeca da carne de porco, etc., Naquela época não se usava sacos plásticos e a carne era levada pendurada numa espécie de “embira” de capim muito resistente. Então resolvi entrar no Mercado pra cortar caminho, pois eu ia para a Rua São Sebastião que fica atrás do Mercado. Ao entrar, parei estarrecido com a cena que presenciei. Apenas duas ou três tarimbas* com alguns pedaços de carne em cima do balcão à espera de clientes, pois naquela hora não tinha ninguém comprando. Subi as escadas e no 2º piso a mesma coisa. Vários boxes fechados e sem ninguém a vista. Desci novamente e vi que a parte de trás tinha alguns boxes de cereais com movimento razoável, com algumas pessoas comprando farinha, feijão, coco ralado, massa de mandioca e etc. Entrei no Bar de Seu Lelu e conversei com algumas pessoas que estavam comendo e tomando umas cervejinhas. Fiquei sabendo que existem alguns boxes a venda e que o preço chega até 60 mil reais.  Fui embora pensando se aquele Mercado de mais de 100 anos, não será a “próxima vítima”.

Paulo Melo, 05/10/2020.  

Obs.: (*): Taifeiro = Vendedor de carne | Fatieira = Vendedora de vísceras dos animais abatidos.

                   Tarimba = Box para venda de carnes.

Eis então, caros carpinenses a realidade de nossos dias. Carpina necessita de muito incentivo na área Turística. Temos um leque variados desde o clima até monumentos e história. Que falta nos faz forasteiros da extirpe de um Dr.  Aranha, Dr. Brito, Sr. Costinha, José Lobo, Professor Resende ou mesmo de nossos concidadãos nascidos na terra do Carpinteiro a exemplo de um Haroldo Salgado e seu pai, Sr. Banja, Luiz Rodrigues, Marcelo Batista Ramos entre outros que estão ainda vivos e residentes (faltam só despertar). 

Deixe um comentário