A perda auditiva aguda pode ser revertida por meio do implante coclear. Trata-se da colocação de um dispositivo eletrônico no paciente, que estimula as fibras nervosas e permitem a emissão dos sinais ao nervo auditivo. Em Pernambuco, o Hospital Agamenon Magalhães (HAM) é uma das unidades credenciadas pelo Ministério da Saúde (MS) para realizar o procedimento, que já beneficiou cerca de 50 pessoas.
Para tratar do assunto, a instituição promove, entre a sexta-feira (19/10) e o próximo sábado (20/10), a I Jornada de Implante Coclear do HAM. No primeiro dia, as ações são voltadas para os otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e médicos pediatras. No segundo, para pacientes e familiares. A entrada é gratuita e pode ser reservada pelo telefone (81) 3032.4049 ou pelo e-mail psarecife@politecsaude.com.br.
De acordo com a chefe do setor de otorrinolaringologia do HAM, Mariana Leal, o procedimento é voltado para quem tem perda auditiva severa ou total em ambos os ouvidos. Em crianças, é importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes, de preferência até os cinco anos, para otimizar o tratamento e a aquisição da fala. “Hoje, todas as unidades de saúde devem fazer a triagem auditiva neonatal, o chamado teste da orelhinha. Esse é um exame obrigatório que ajuda a detectar desde cedo problemas auditivos nas crianças”, ressalta Mariana Leal.Sobre o procedimento, a otorrinolaringologista explica que implanta na cóclea um dispositivo eletrônico que irá estimular o nervo auditivo. Após um mês da operação, o paciente começa a usar um aparelho externo, que será programado para que a estimulação elétrica realmente ocorra. Segundo ela, é preciso de um trabalho multiprofissional para que haja sucesso no tratamento. “Convidamos fonoaudiólogos dos municípios para que o tratamento seja feito nas cidades de residência dos pacientes. Só com esse auxílio da terapia completa conseguimos sucesso no tratamento”, expõe.
Para os pacientes, inclusive os que querem fazer o implante coclear, os palestrantes irão explicar o tratamento e os cuidados necessários para manter ativo o dispositivo, que custa cerca de R$ 40 mil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “É preciso desumidificar todos os dias o aparelho, recarregar, evitar quedas e alguns procedimentos, como passar por porta de banco ou de aeroporto com sensores. Isso é essencial para a durabilidade e melhor desempenho do dispositivo”, pontua Mariana.
PROCEDIMENTO – O implante coclear é um aparelho que oferece informação sonora a indivíduos com perda auditiva profunda dos dois lados que poderá ajudar na sua comunicação. O implante exerce sua função através da estimulação elétrica direta das fibras do nervo auditivo por eletrodos em pacientes onde o ouvido interno está danificado.
