Destaques Regional Últimas Notícias

Inventário da Fundarpe sobre a Ciranda do Nordeste pode ser visitado na Casa do Carnaval

Desde terça-feira (31), mesmo dia em que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) confirmou a revalidação do Frevo e o registro da Ciranda do Nordeste como Patrimônios Culturais Imateriais do Brasil, a Prefeitura do Recife reabriu a Casa do Carnaval, no Pátio de São Pedro, com a exposição “Ciranda de todos nós”. A mostra traz registros em fotos e vídeos do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) sobre a Ciranda do Nordeste, produzida pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) para a solicitação do registro. A entrada é aberta ao público e a visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h.

A exposição conta a história da tradição, feita de dança, poesia e música, tecida na oralidade e repassada literalmente de mão em mão, nos círculos geracionais que ainda se sucedem na Zona da Mata Norte e no litoral da Região Metropolitana do Recife.

O pedido para registro da Ciranda do Nordeste no Iphan foi feito pelo então governador Eduardo Campos, em 2014, após a produção do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC).

“As informações referentes às recomendações de salvaguarda dos bens registrados, como melhoramento de sede, espaços para apresentação, oficinas, entre outras ações que o fortaleçam, estão contidas nos inventários. Isto é um instrumento que o Estado, e os próprios grupos, possuem a partir de agora para trabalhar pela permanência e fortalecimento dos grupos”, afirma Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.

“A gente faz essa reabertura com uma exposição que faz referência à Ciranda, a “Ciranda de Todos Nós.” Aqui a gente também celebra no dia de hoje que a ciranda virou patrimônio cultural do nosso País. Então, se você não conhece, vá ao Pátio de São Pedro visitar a Casa do Carnaval e celebrar a nossa cultura”, convidou João Campos, prefeito do Recife.

A mostra retrata as origens, a geografia e a indumentária da ciranda, além de exibir instrumentos musicais e celebrar mestres e mestras que já giraram essa roda, com citações impressas nas paredes. No chão, projeções conduzem até os menos habilidosos pés na geometria da cadência cirandeira. Para ouvir as músicas e histórias da ciranda, QR Codes espalhados na exposição convidam à experiência sonora do agora declarado patrimônio cultural.

A cirandeira Lia de Itamaracá é uma das artistas presentes na exposição. “Isso é uma maravilha, é a cultura se revivendo. Não se pode deixar a cultura morrer”, defendeu. A rainha da Ciranda está entre as pessoas homenageadas nas paredes da exposição. Ao lado dela está Cristina Andrade, cirandeira do Recife. “É uma maravilha ver este espaço reabrir. Com a pandemia, todo mundo teve que parar as atividades e ficar nas suas casas. Ver essa reabertura no dia que a gente passa a ser patrimônio imaterial é uma alegria para todos nós cirandeiros”. Vale ressaltar que as duas detêm o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Marcus Iglesias/Secult-PE

Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe, celebra o título da Ciranda do Nordeste como Patrimônio Imaterial do Brasil, concedido pelo Iphan, ao lado de mestres cirandeiros

Ciranda Patrimônio Cultural – A candidatura da ciranda a patrimônio cultural do país foi apresentada pelo Governo de Pernambuco ao Iphan em 2014, com a entrega de inventário que identificou 28 grupos em atividade no estado, sendo 17 da Região Metropolitana e 11 da Zona da Mata. O registro, agora confirmado pelo Iphan, potencializa as políticas e articulações para preservação da ciranda, tradição espraiada da areia da praia para as cidades, que traduz o brincar como o mais sério e sagrado fazer.

Revalidação do Frevo – Após muita expectativa e mobilização dos pernambucanos, a revalidação confirmou-se nesta terça-feira, durante a 96ª reunião extraordinária do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A revalidação de bens culturais é realizada a cada dez anos, em cumprimento ao estabelecido pelo Decreto nº 3.551/2000, que institui a confirmação periódica como instrumento de proteção.

Deixe um comentário