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Parentes de vereador e ex-tesoureiros têm relação com crimes, diz polícia

A Polícia Civil de Pernambuco detalhou, nesta segunda-feira (28), como funcionou o esquema de fraude com empréstimos consignados e de desvios de pagamentos a servidores fantasmas na Câmara de Vereadores de Carpina, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. De acordo com a polícia, tiveram alguma participação nos crimes ex-tesoureiros e ex-diretores financeiros e de gabinete da presidência, além de um filho, de um cunhado e do namorado de uma filha do ex-presidente do Legislativo municipal Tota Barreto, que foi preso. 

Os crimes foram investigados pela ‘Operação Caça Fantasmas’, deflagrada na sexta-feira (25). Ao todo, os policiais prenderam nove pessoas, incluindo Barreto. Também levaram seis pessoas para prestar depoimentos. As ações ocorreram em Carpina, Lagoa do Carro e Lagoa de Itaenga, na mesma região.

Segundo a polícia, o cunhado de Tota é um dos ex-tesoureiros. Ele também tentou atuar para atrapalhar as investigalções contra o grupo. O namorado da filha trabalha no gabinete do parlamentar, que ainda é vereador. Ele repassava dinheiro do salário para o patrão e para pagar outras pessoas.

O filho de Barreto, conforme a polícia, aparece no organograma do grupo. A conduta dele não foi revelada para não atrapalhar as investigações. Os 150 policiais civis envolvidos nas ações cumpriram ,ainda, 15 mandados de busca e apreensão. “O vereador Tota Barreto era o líder do grupo, que pode ter desviado, ao todo, R$ 1 milhão”, afirmou o delegado Diogo Pinheiro, que comandou a operação.

Os envolvidos são apontados como responsáveis pelos crimes de peculato, desvios, estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa.Tudo começou a partir de uma investigação de falsificação em um empréstimo consignado.

Entre os detidos estão três ex-tesoureiros da Câmara. Eles atuaram na função entre 2013 e 2014, mesmo período em que o vereador Tota Barreto foi presidente da Casa. Também estavam envolvidos, segundo a polícia, um ex-diretor financeiro do Legislativo  e secretários legislativos e diretor de gabinete da presidência, bem como funcionários fantasmas lotados no gabinete do parlamentar.

O esquema
Segundo o delegado, O esquema funcionava da seguinte forma: o presidente da Câmara nomeava funcionários fantasmas. Eram pessoas que aceitavam ou eram coagidas a aceitar essa nomeação, com a promessa de conseguir um emprego real no Legislativo.

Os tesoureiros e pessoas ligadas ao setor financeiro da Cãmara pegavam o dinheiro desses salários e verbas de empréstimos consignados e ficama com os recursos. “Só com o dinheiro retirado a partir de seis servidores fantasmas, acreditamos que o valor chegue a R$ 230 mil. Há 21 contratos consignados  e eles devem atingir R$ 280 mil”, observou Pinheiro.

Segundo o delegado, havia um grupo de pessoas que sabia das fraudes e outro que era vítima também. “Temos registro de um bilhete com a letra do vereador, no  qual ele tentava atrapalhar as investigações, orientando depoimentos de investigados”, comentou. O G1 tentou, sem sucesso, localizar a defesa do vereador e seus parentes.

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