Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem
Se fosse no Face, o perfil do Náutico diria que o clube está num relacionamento sério com a Arena Pernambuco. Mas necessariamente os alvirrubros não estão curtindo isso. Afinal, a Arena não esconde de ninguém que a fidelidade nessa relação é unilateral. Aos olhos de todos, flerta com o Sport e o Santa, não medindo esforços no jogo da sedução.
Foi o sentimento de quem foi traído que o Náutico carregou para a reunião do Conselho Arbitral. O Timbu não engoliu até agora a sensação de que a Arena é mais generosa com seus parceiros de fora do que dentro do relacionamento. E tem certa razão em se queixar, mas como acontece em alguns casamentos, depois que se assina o papel não adianta reclamar com o bispo.
Se usasse a cabeça, o Náutico refletiria que havia uma vantagem em se jogar todos os clássicos do hexagonal do Pernambucano num território familiar, na pior das hipóteses, neutro. Mas como nessas questões que envolvem ciúme, a razão não tem espaço.
O Arbitral da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) foi tão importante que o Náutico deixou de lado seu representante oficial na FPF e escalou o vice-presidente, Gustavo Ventura, não só pelo status que o cargo impõe, mas por ele ser advogado, conhecedor dos ardilosos caminhos contratuais e que, por isso mesmo, decidiu por não se decidir.
Sport e Santa votaram pelos seus interesses – a favor da mudança do regulamento – e os demais seguiram a orientação da FPF, que aparentemente se mantém distante, pero no mucho, como é de costume.
Como numa boa trama de romance, a resposta do Náutico vai ser dada nesta terça (27), por escrito, numa carta, talvez, para manter o clima sentimental.
Além do respeito e amor-próprio, o Náutico vai querer suas compensações, de preferência, que seja financeira. Uma fatia dos mimos que a Arena está dando para os outros poderia fechar as feridas abertas.
Na pior das hipóteses, deixa bem claro que não está satisfeito com seu relacionamento com a Arena. Traz a torcida (mais) ainda para o seu lado nessa querela conjugal e ganha moral para, quem sabe, achar nas entrelinhas do contrato uma saída para um divórcio definitivo.
