Economia

Relatório aponta crescimento do PIB de Pernambuco acima do nacional no 2º quadrimestre

Apesar do cenário nacional de recessão técnica da economia, Pernambuco tem registrado, neste ano, um crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) e nas receitas acima do verificado no País. A informação foi dada pelo secretário da Fazenda do Estado, Décio Padilha, em audiência pública da Comissão de Finanças da Alepe, nesta quarta (25), para a apresentação dos números do segundo quadrimestre de 2019. Ele apontou, porém, crescimentos percentuais nas despesas com pessoal e no déficit previdenciário, bem como redução em investimentos que dependem do Governo Federal.
A divulgação do Relatório de Gestão Fiscal (RGF), a cada quatro meses, à Assembleia Legislativa é uma obrigação prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo o documento, o PIB de Pernambuco cresceu 2,2% no segundo trimestre de 2019, tendo como base de referência o mesmo período de 2018, enquanto o avanço do índice nacional foi de apenas 1%.
Além disso, de setembro de 2018 a agosto de 2019, conforme dados atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado alcançou R$ 24,11 bilhões, superando, pela primeira vez desde então, os R$ 23,77 bilhões atingidos em 2014. Já a arrecadação de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de janeiro a agosto registrou uma ampliação de 5,8% na comparação com o mesmo período de 2018. Confira os dados apresentados na íntegra:
O Poder Executivo estadual encerrou o segundo quadrimestre com uma despesa total com pessoal da ordem de 48,31% da RCL, acima do limite prudencial previsto na LRF (46,50%). De acordo com Padilha, o número registra o impacto das contratações recentes de 2,8 mil agentes de segurança pública, 1,3 mil professores e 1,3 mil profissionais de saúde. “O custeio subiu apenas 3,8%, ou seja, empatado com a inflação. O desafio foi a despesa de pessoal, em que a gente teve um aumento de menos de 1%. É um dilema: ou a gente contrata e melhora os indicadores de saúde, segurança pública e educação, ou não contrata e melhora os indicadores fiscais”, agregou.
Com relação ao resultado da Previdência, conforme a projeção da Secretaria da Fazenda (Sefaz), o déficit (diferença entre despesas e receitas) deve chegar a R$ 2,8 bilhões em 2019, 8% a mais do que no ano anterior.
No que diz respeito aos investimentos, houve uma retração de 31% na comparação de janeiro a agosto de 2019 com o mesmo período do ano anterior. Isto se deve, segundo o gestor, às quedas nas receitas de convênios e de operações de crédito (empréstimos). Esta última foi provocada pela mudança feita em 2017 pela Secretaria do Tesouro Nacional nos critérios de classificação da capacidade de pagamento dos Estados. Hoje, 51% dos investimentos em Pernambuco estão concentrados em recursos hídricos.
Padilha ressaltou a ampliação dos repasses do Estado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e ao Sistema Único de Saúde (SUS) diante dos realizados pela União. Na apresentação, o secretário defendeu uma reforma tributária que desconcentre a arrecadação de impostos federais para os Estados e municípios como fundamental para ampliar a receita dessas unidades da federação. Também se posicionou a favor do Plano Mansueto, que estabelece critérios para os Estados melhorarem as condições de financiamento de suas dívidas a fim de que voltem a investir.
Na avaliação do presidente da Comissão de Finanças, deputado Lucas Ramos (PSB), a exposição mostra que “Pernambuco continua firme, apesar de tantas adversidades”. José Queiroz (PDT) analisou que a equipe econômica estabilizou o Estado. Já Antonio Coelho (DEM) demonstrou preocupação com a capacidade de pagamento e a elevação de gastos com pessoal.

Foto: Jarbas Araújo

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